Palestra sobre Genética Médica marcou o segundo período na Escola Secundária da Maia

A Genética Médica na palestra.
A Genética Médica na palestra.

A palestra sobre Genética Médica marcou o final do segundo período, na Escola Secundária da Maia. Foi um evento interessante, pautado pela surpresa dos presentes, face à temática apresentada.

 

Palestra sobre Genética Médica marcou o segundo período na Escola Secundária da Maia

A palestra sobre Genética Médica marcou o final do segundo período, na Escola Secundária da Maia. Foi um evento interessante, pautado pela surpresa dos presentes, face à temática apresentada, normalmente direcionada para um público específico, da área da Biologia.

O espanto inicial, porém, depressa deu lugar a uma curiosidade atenta, à medida que o saber e a experiência do palestrante: o médico pediatra, Miguel Leão, foi revelando o fascínio do tema.

A comunicação iniciou-se com a alusão à figura de Gregor Mendel, monge agostiniano que viveu no final do século XIX e que, através de um estudo com ervilhas, desenvolveu as bases nas quais assenta, ainda hoje, a ciência genética, a ele se tendo ficado a dever, em 1865, a descoberta das leis de hereditariedade.

Contextualizado o tema, o orador seguiu a sua apresentação em três etapas: a genética em geral, a definição técnico-científica de genética e a genética médica.

Na primeira parte, distinguiu o diferente tipo de doenças, a saber: as genéticas, as humanas e as resultantes do meio.

Os alunos tiveram, então, a oportunidade de tomar contacto ou de consolidar os seus conhecimentos, sobre inúmeras questões, tais como: o que é o genótipo e o fenótipo; o que é um gene, quais são os genes de cada um e o que são traços genéticos; de que é feito o DNA, qual a sua estrutura e como se reproduz; qual a função dos nucleótidos e a das proteínas, entre outros.

A última questão, atinente ao papel desempenhado pelas proteínas na genética humana, foi motivo de particular interesse por parte dos alunos, surpresos por terem descoberto, por exemplo, que é determinante para que tenhamos cabelos lisos ou encaracolados, a influência de uma proteína; o mesmo acontecendo com as nossas demais características físicas.

A segunda parte da comunicação, dedicada ao desenvolvimento das células, foi aproveitada para fornecer várias notas referentes à história da genética, tais como: o conceito de genética mendeliana; evidências para o DNA; Freidrich Miescher e a importância da descoberta, em 1868, do DNA; o DNA e os cromossomas; como se dividem as células e a replicação de DNA e o nosso DNA.

Os aspetos que interessaram mais os alunos, nesta fase da palestra, foram o modo como os pais transmitem os genes aos filhos e como as células sexuais formam novos indivíduos. A curiosidade que gerou maior estupefação entre a assistência, por sua vez, foi o facto de terem ficado a saber que, o DNA contido nas células de um corpo humano, se fosse «desenrolado», chegaria para cobrir uma distância 6000 vezes superior à distância da Terra à Lua.

Na terceira e última parte foi explicado o conceito de “Mutações” e abordadas as suas consequências.

A questão lançada para abrir o debate e reflexão sobre o tema foi: “Se as mutações são prejudiciais, por que é que elas existem?”.

No que concerne às mutações nocivas, doenças multifatoriais, como por exemplo, a doença de Alzheimer, os presentes ficaram a saber, por que razão elas se manifestam através da perda da capacidade de criar e de manter memórias. De quanto a ciência sabe neste momento, crê-se que esta doença genética tenha, na sua origem, uma combinação de fatores ambientais e genéticos. Existem certos genes que fazem com que uma determinada proteína - que afeta a estrutura dos nervos - seja produzida em excesso, causando a destruição dos nervos do cérebro, responsáveis ​​pelo armazenamento das memórias.

Tal como a doença de Alzheimer, também o cancro é causado pela conjugação de certas mutações genéticas e determinados fatores ambientais.

O orador terminou a abordagem do tema com uma mensagem animadora: “Mesmo com mutações nocivas, nós persistimos!”.

A sessão foi encerrada depois de um período aberto a perguntas, durante o qual se percorreram temas tão diversos quanto a acupuntura, as doenças metabólicas, a possibilidade de escolher o sexo de um futuro bebé ou de antecipar o seu género nos casos da fecundação in vitro, assim como, se se pode escolher o sexo de um bebé; todos eles explicados, de forma simples e clara, com recurso a imagens elucidativas.

Não é, pois, difícil de compreender que os participantes tivessem sentido vontade de prolongar a palestra que, não tendo suscitado grande entusiasmo quando anunciada (talvez pelo título não ser apelativo), se revelou interessante, a ponto de ter sido a contragosto do auditório que se deu por concluída.

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