Aline Gallasch Hall de Beuvink: o percurso de excelência de uma monárquica

Aline Gallasch hal de Beuvink.
Aline Gallasch hal de Beuvink.

"Eu sempre fui monárquica, mas iniciei o meu compromisso quando, adolescente (1994), fiz-me sócia da Real Associação de Lisboa, com a honra de ter tido S. A. R.", comenta.

Aline Gallasch Hall de Beuvink: o percurso de excelência de uma monárquica

"Eu sempre fui monárquica, mas iniciei o meu compromisso quando, adolescente (1994), fiz-me sócia da Real Associação de Lisboa, com a honra de ter tido S. A. R.", comenta.

Aline Gallasch Hall de Beuvink, o percurso de excelência de uma monárquica, fala claro nesta entrevista: "Eu sempre fui monárquica, mas iniciei o meu compromisso quando, adolescente (1994), fiz-me sócia da Real Associação de Lisboa, com a honra de ter tido S. A. R.".

- Gostaria de iniciar a entrevista, dando-lhe como ponto de partida a seguinte frase ”Nunca olvides que levar tu apelido pesa”, de Don Enrique Maza de Lizana y Sánchez-Rubio. O seu apelido, Gallasch-Hall de Beuvink, que responsabilidade traz à sua vida?

- Seja qual for o nome que carreguemos, nem que seja para honrarmos quem nos deu a vida, temos o dever de respeitá-lo. Mas quanto ao meu caso, a minha história familiar e a vida depositaram em mim a responsabilidade de carregar antigos apelidos, não conectados com profissões, mas com famílias de 3 ou 4 nações diferentes que deram o seu contributo para o crescimento dos seus respectivos países. Eu sou apenas o mais jovem veículo desses nomes: tenho a obrigação de honrá-los pelo que os meus antepassados fizeram e para que os meus filhos (que espero ter em breve) se sintam felizes com eles e os mantenham da mesma forma. Como tal, Don Enrique Maza de Lizana y Sánchez-Rubio tem toda a razão: um nome é um fardo pesado.

- Qual a sua envolvência no movimento monárquico português?

- Eu sempre fui monárquica, mas iniciei o meu compromisso quando, adolescente (1994), fiz-me sócia da Real Associação de Lisboa, com a honra de ter tido S. A. R., o Senhor D. Duarte, Duque de Bragança, como meu proponente. Mas só nos últimos anos dediquei-me mais activamente: apesar de existirem monárquicos em quase todos os partidos portugueses, em 2009 tornei-me militante do Partido Popular Monárquico, porque achei que neste partido o serviço aos ideais monárquicos seria mais eficaz. Concorri às Eleições Europeias, Legislativas e Autárquicas desse mesmo ano. Desta última, fui eleita deputada na Assembleia Municipal de Lisboa (2009-2013). Fui cabeça de lista pelo PPM em 2011 nas eleições para a Assembleia da República pelo círculo de Lisboa e, recentemente, pela coligação “Plataforma de Cidadania”, também cabeça de lista à Assembleia Municipal de Lisboa. Para além da vida partidária, alegro-me de poder contribuir com amigos que, monárquicos como eu, desenvolvem várias actividades sociais e são extremamente activos em blogs, fóruns e outras acções em defesa destes ideais. Tenho ainda a honra de pertencer à direcção da Causa Real (desde 2012), que é a instituição responsável pelas Reais Associações em Portugal e pelo movimento monárquico, sob a liderança do seu Presidente, D. Luís Lavradio.

- “Mulheres do século XVIII: pintoras portuguesas” é uma obra da sua autoria. Qual o motivo da escolha deste século? Se tivesse de escolher uma mulher portuguesa do século XVIII para simbolizar “uma vida de excelência”, que nome escolheria? Porquê?

- O século XVIII é o meu século de eleição por inúmeros motivos, a que não estará alheia a minha obsessão por Mozart… mas também por ter sido palco de algumas das mais importantes transformações filosóficas, culturais, sociais, das quais somos herdeiros directos. Quanto à escolha de uma mulher portuguesa desse século, é muito difícil, porque tivemos tantas e tão excepcionais mulheres… Admiro várias, como a Marquesa de Távora, D. Maria I, Luísa Todi… Mas talvez a mulher mais singular e admirável tenha sido D. Leonor de Almeida Lorena e Lencastre, 4ª Marquesa de Alorna (1750-1839), conhecida também como Alcípe. Tem uma história de vida extraordinária, para além de uma forte personalidade e grande inteligência. Sobreviveu a alguns dos períodos mais conturbados do século XVIII em Portugal, pertencendo a uma família da alta nobreza que foi perseguida (os Távoras), passou a infância e adolescência como prisioneira política, foi uma excelente pintora e poetisa, uma intelectual e patrona das Artes; foi uma brilhante representante de Portugal em vários locais da Europa, quando acompanhou o marido (o conde de Oyenhausen) nas suas acções diplomáticas. Foi recebida e admirada por Carlos III, Luís XVI, a imperatriz Maria Teresa e o seu filho, José II, tendo sido igualmente recebida pelo Papa Pio VI. As suas publicações são notáveis; a sua visão política e discernimento estratégico são admiráveis. Em 1793 sugeria, em carta, a D. João VI, que deveria retirar-se para o Brasil sob a ameaça napoleónica, o que acabou por acontecer em 1807. Terá sido uma das mulheres mais admiráveis da História, não só de Portugal, mas Mundial! Teve, sem dúvida, uma vida de excelência, em todos os sentidos.

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