A escravidão e sua abolição: marcas da história representadas por Tarantino e Spielberg

2013 inicia com grandes estréias no cinema: Django desencadenado: traz o olhar de Tarantino sobre a escravidão norte-americana e Lincoln: traz uma representação do ex-presidente dos EEUU.
A escravidão e sua abolição: marcas da história representadas por Tarantino e Spielberg

  • Lincoln Mosaic 

Uma ilustração do ex-presidente norte-americano Lincoln, personagem central do novo filme de Steven Spielberg. Jim Bumgardner via Compfight

Este sábado (19.01) foi marcado pela estréia mundial dos esperados filmes de Quentin Tarantino e Steven Spielberg.

Em Django livre (na versão portuguesa) vemos uma sangrenta representação da escravidão nos Estados Unidos, combinados à estética do western. O filme foi dirigido pelo reconhecido e polêmico cineasta Tarantino e retrata a saga de um ex-escravo, Django, (Jamie Foxx) na luta pela liberdade de sua mulher Broomhilda (Kerry Washington), prisioneira de um sádico fazendeiro (Leonardo DiCaprio). Para isso, Django se alia a um caçador de recompensas (Christopher Waltz) e juntos vão a uma fazenda no Mississippi, sul dos EUA, para resgatar-la.

Em entrevista ao jornal El País, de Espanha, Tarantino diz que decidiu classificar este filme como um "southern" e que não era sua intenção abrir um debate sobre o tema da escravidão nos Estados Unidos, mas que está satisfeito por haver conseguido tal feito, e afirma: "hablar del tema quizá nos llevaría a todos como nación a un sitio diferente. Es la razón por la que muchos actores entraron en la película (Jamie Foxx o Samuel L. Jackson, por ejemplo), este filme podría ser importante para generaciones futuras que no tengan miedo de hablar de la esclavitud", além disso, confessa que nunca se importou com críticas.

Django livre estreiou nos USA no dia 25 de dezembro de 2012 e em menos de um mês já arrecadou o equivalente a 200 milhões de reais (moeda brasileira) ou 75 millones de euros em ingressos vendidos nos cinemas norte-americanos.

Steven Spielberg traz ao público o drama histórico Lincoln, protagonizado por Daniel Day-Lewis, em que o cineasta foca na luta de Lincoln para encerrar a Guerra Civil que dividiu os Estados Unidos entre 1861 e 1865 e aprovar a 13ª emenda constitucional, que acabaria com a escravidão no país.

Em entrevista à Folha de São Paulo, jornal brasileiro, Spielberg explica que seu objetivo era "mostrar Lincoln na conquista de algo monumental: abolir a escravatura e terminar a Guerra Civil".

Além da qualidade técnica do longa-metragem, o espírito de reconstrução do pós-Guerra Civil reflete também a esperança dos americanos na reeleição de Barack Obama, que hoje iniciou seu segundo mandato na Presidência dos Estados Unidos da América.

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