A Casa / A Quinta nas obras de Eça, Camilo e Agustina, e nos filmes de Manoel de Oliveira

XX Curso Internacional de Verão.

Curso Internacional de Verão co privilégio de aprofundar os conhecimentos sobre a vida e a obra destes autores portugueses.

A Casa / A Quinta nas obras de Eça, Camilo e Agustina, e nos filmes de Manoel de Oliveira

Entre os dias 17 e 21 de julho, os participantes do Curso Internacional de Verão A Casa / A Quinta nas obras de Eça, Camilo e Agustina, e nos filmes de Manoel de Oliveira – incluindo os vários bolseiros vindos de universidades portuguesas, brasileiras e europeias – tiveram o privilégio de aprofundar os seus conhecimentos sobre a vida e a obra destes autores portugueses, ouvindo e falando com alguns dos seus maiores especialistas, numa das quintas mais icónicas da cultura portuguesa: a Casa de Tormes, de Eça de Queirós.

O Prof. Doutor Paulo Motta Oliveira, da Universidade de São Paulo, dividiu a sua exposição entre três dos autores: Camilo Castelo Branco (“De falsas quedas e Salvações: Amor de Salvação, A Queda dum Anjo)”; Eça de Queirós (“Casas que desabam, famílias que resistem”; e Agustina Bessa-Luís, na sua indelével releitura de Camilo (“De muitas cidades, os fantasmas de Fanny e Camilo: No Bom Jesus do Monte e Fanny Owen).

A Prof.ª Doutora Maria do Carmo Mendes, da Universidade do Minho, desenvolveu o tema da Casa/ Quinta na obra de Agustina Bessa-Luís ao longo da comunicação “Espírito do Lugar”, refletindo sobre a importância dos espaços interiores e exteriores da casa, nomeadamente na Quinta Cossart, em A Corte do Norte. Finalmente, a Prof.ª Doutora Carolina Overhoff Ferreira, da Universidade Federal de São Paulo, abordou a obra do cineasta Manoel de Oliveira e a relação entre cinema e arquitetura, campo e cidade, movimento e emoção, muito especialmente nos filmes O dia do desespero e Francisca.

Quatro visitas guiadas fizeram os encantos dos participantes do Curso: o percurso do Caminho de Jacinto; a visita às Quintas de Vale Abraão e de Covela, e, por fim, a visita à Casa de Camilo Castelo Branco em Seide.

De destacar a excelência da organização, representada pelo Professor Doutor Orlando Grossegesse, da Universidade do Minho, a quem coube fazer a abertura do XX Curso Internacional de Verão, e o seu encerramento, com a entrega de um diploma a cada bolseiro, no Centro de Estudos Camilianos.

A Diretora da Fundação Eça de Queiroz, Dr.ª Anabela Cardoso, proporcionou a todos os intervenientes uma jornada inesquecível: o tema do colóquio pareceu ser uma forma de lembrar ainda a relação que o conhecimento estabelece com o espaço em que se ministra; e a Dr.ª Sandra Melo, na qualidade de técnica cultural, honrou a Fundação com a sua incansável e constante solicitude.

Entre os saberes e os sabores, de elogiar também, a oferta gastronómica. No Restaurante Tormes, no local onde Eça de Queirós se inspirou para escrever a obra A Cidade e as Serras, o Chef António Pinto presenteou-nos com as suas iguarias, das quais destacamos, merecidamente, o cozido à portuguesa. Na Casa do Almocreve, local de repouso dos bolseiros, os participantes puderam saborear outras delícias da gastronomia tradicional e exclamar, como Jacinto, protagonista d’A Cidade e as Serras, quando sorvia um caldo de galinha e um pobre arroz de favas prosaicas: “─Está divino!”. Na Casa do Lavrador, museu rural e etnográfico, recreou-se, numa visita guiada, o modus vivendi dos camponeses do século XIX e princípio do século XX, seguindo-se um jantar, cuja ementa, alusiva à época queirosiana, terminou com um magnífico leite-creme como sobremesa.

Afonso Eça de Queirós Cabral, presidente da Fundação Eça de Queiroz e bisneto do escritor, presenteou, ainda, os participantes, com a sua presença num almoço, comprovando a excelência do acolhimento,centenário na Casa de Tormes.  

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